É comum ouvir que as crianças têm mais facilidade para aprender coisas novas, mas o que poucos sabem é que isso na verdade é um fenômeno que leva o nome de neuroplasticidade. Em outras palavras, essa habilidade consiste na capacidade que o cérebro tem de mudar ou de se adaptar por meio de alterações fisiológicas.

Como isso acontece? Ao experimentarmos outros caminhos ou experiências diferentes, os neurônios responsáveis pela parte sináptica de condução de informações se reorganizam, e essa nova trajetória favorece o processo de absorção de conhecimento.

Alguns fatores estão fortemente ligados ao desenvolvimento cerebral, por exemplo, o próprio período da infância, em que tudo é novo e estimulante. Recentemente, estudos indicam que um estilo de vida saudável — que conta com uma boa alimentação, sono regulado, prática regular de exercícios físicos e uma rotina de leitura — exercitam e aprimoram a forma como a mente humana aprende.

Isso tudo traz benefícios significativos quando aplicado dentro da sala de aula. Por exemplo, se aumenta a capacidade de concentração, o nível de conhecimento melhora e as distrações começam a se tornar coisa do passado. A experiência pode ser fundamental na hora de obter bons resultados em provas, entrevistas de emprego e até na realização de concursos públicos.

Na prática, o cérebro vai receber as informações e vai conseguir filtrar melhor o que deve receber atenção e o que é dispensável. Com isso, a produção aumenta e se torna ainda mais efetiva. A pessoa também desenvolve a proatividade.

Além disso, a neuroplasticidade se destaca na restauração cognitiva de indivíduos que durante sua vida tiveram algum tipo de vício ou maus hábitos. Eles conseguem reprogramar o cérebro a fim de sair do ciclo vicioso e da inércia para conseguirem explorar sua inteligência e talento ao seu favor. O que facilitou esse processo foi justamente a capacidade de se moldar a um novo objetivo.

Na prática, isso ocorre como se estivéssemos ensinando o nosso cérebro a “uma maneira de se comportar melhor”. Portanto, se é possível adaptar o paladar, acostumar-se com o gosto de alimentos saudáveis e reduzir o consumo de produtos “maléficos”, é possível aplicar a mesma estratégia para acostumar-se a gostar de estudar e trabalhar, e ainda mais: fazer isso com excelência.

As possibilidades são ilimitadas quando se pensa no cérebro humano, e a mudança de hábitos afeta todas as áreas da vida de uma pessoa. Exercitando a neuroplasticidade, é possível hackear seu cérebro e a meta de conquistar aquele objetivo profissional, perder alguns quilinhos ou até mesmo de aprender outras línguas fica bem mais fácil de realizar e te aproxima de ser um profissional cada vez mais requisitado no mercado de trabalho.

Maria Natália Terra

Com supervisão de Rodrigo Miranda