Muito além das informações de vendas, dados acionáveis são utilizados para tomadas de decisões e para entender comportamento de mercado e consumidor.
Com a evolução cada vez mais rápida da tecnologia, o uso estratégico de dados tem sido crucial para decifrar as tendências dos ambientes de negócios e do mercado, bem como o comportamento dos clientes e as métricas de desempenho. Não à toa tem havido expressivo investimento nos últimos dois anos (2021 e 2022) em tais sistemas de inteligência empresarial.
De acordo com a consultoria IDC, cerca de US$ 2,9 bilhões foram destinados ao Big Data & Analytics em 2022, um aumento de 10,8% em relação a 2021. O mesmo estudo revela crescimento de 28% na criação de soluções de inteligência artificial e machine learning.
Segundo o professor e pesquisador da Fundação Getulio Vargas (FGV) Roberto Kanter, é nesse contexto que aparecem os dados acionáveis — informações chaves que a empresa disponibiliza a seus gestores para tomada de decisões. Ele diz que todos os dados que envolvem itens como produção, compras, estoque, finanças e controladoria devem ser unificados com as informações transacionais das carteiras de clientes.
Kanter ainda inclui em tal pacote outros dados de produtos, serviços e suas quantidades, além dos períodos de compra e canais de vendas — de forma a cruzar tais informações e verificar comportamentos positivos e negativos de áreas e processos. Ele explica que tais elementos transformados em informação se tornam dados acionáveis.
“Todos esses itens servem para gerar insights (ideias, percepções e tendências) e construir forecasts (prognósticos e cenários mercadológicos) para a empresa. Cruzar essas informações de maneira inteligente — e oferecer caminhos para os gestores tomarem decisões mais rápidas e assertivas — é o principal motivo de as empresas trabalharem com dados acionáveis”, sintetiza.
Estrutura
De acordo com Kanter, o primeiro ponto a ser implementado para utilizar os dados acionáveis é fazer com que as informações estejam legíveis, corretas e válidas, além de atualizadas e disponíveis. O segundo aspecto é tornar os dados acessíveis a todos os canais físicos e meios eletrônicos.
O terceiro fator é a disponibilidade efetiva da informação no ambiente virtual. E o quarto é a qualidade da informação: que deve ser sempre completa, segura e consistente.
“O último e não menos importante instrumento é a organização dos dados, alinhados ao contexto das análises dinâmicas. Em um futuro muito próximo, sistemas preditivos, que antecipam tendências de compras e consumo, oferecerão produtos e serviços para clientes de forma quase personalizada e dedicada à satisfação dos desejos do mercado”, adianta.
O que medir?
Segundo o empresário Mateus Pestana, cofundador da empresa SenseData, é relativo e um tanto difícil fornecer indicadores que sirvam de parâmetro para todos os tipos de negócio. Ele explica que cada empresa e cada segmento possuem características específicas que precisam ser analisadas com cuidado.
O empresário ressalta, no entanto, que dois indicadores merecem especial atenção: a ‘saúde financeira da empresa’ e a ‘saúde dos clientes’. No primeiro, ele destaca que é imprescindível analisar, dependendo do segmento, o MRR (sigla inglesa para ‘Receita Recorrente Mensal’); o Churn (índice de cancelamentos de pedidos, em determinado período), bem como o Lifetime Value ou LTV (valor que um cliente gerou de receita durante o tempo de relacionamento) e o NRR (do inglês, ‘Retenção de Receita Líquida’ ou receita gerada por retenção de clientes ativos).
“É importante você ter métricas que mostrem se o seu negócio está saudável financeiramente. Isso gera lucro e crescimento ou indica o que está ruim e deve ser melhorado”, diz Pestana.
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Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA