Sucesso profissional está diretamente associado à felicidade no trabalho
Definida como “estado de contentamento, bem-estar, êxito e sucesso” pelo dicionário Houaiss, a felicidade é um dos principais fatores que movem o ser humano a buscar seus objetivos e realizá-los. Outro termo que também está conectado ao sucesso é a produtividade, conceituada, na mesma publicação, como “capacidade de produzir, gerar rendimento, ou a relação entre a quantidade ou valor produzido e a quantidade de esforço aplicado à produção”.
Juntos, felicidade e produtividade mostram o vínculo entre vida pessoal e profissional ou a necessidade de fazer o que se gosta como fonte de renda. Isso porque a maioria dos adultos passa mais tempo dedicada ao trabalho do que a qualquer outro tipo de atividade.
Para entender essa relação, o executivo, consultor e autor norte-americano, George Bradt, analisou duas pesquisas realizadas pela Universidade de Harvard: uma efetuada entre 1939 e 1944 e outra produzida em 2010. Mesmo com o longo espaço de tempo entre elas, ao fazer o cruzamento de semelhanças, ele concluiu três pontos em comum.
Ao analisar “o que é felicidade”, para os pesquisados, Bradt chegou à constatação de que é preciso: 1) fazer o que ama; 2) estar próximo de amigos; e 3) ser saudável nas esferas psicológica, financeira e emocional. Não à toa, os três itens estão relacionados tanto ao trabalho quanto aos relacionamentos interpessoais e à saúde em seus diferentes aspectos.
Busca
Para a administradora Talita Oliveira, com mais de 20 anos dedicados ao setor de gestão de pessoas, embora subjetivo, o termo felicidade está diretamente relacionado ao contexto cultural e social, e exige do indivíduo uma espécie de roteiro societário sobre o que é felicidade, sucesso, comportamento e formação. Segundo ela, que também é psicanalista, quando há um movimento interno de busca da felicidade, os critérios passam a ser de comparação externa, o que influencia diretamente o conceito individual.
Talita relata que existem escalas para medir a felicidade, bem como para medir autoestima, perfil comportamental e aderência a uma vaga de emprego. Porém, ela considera mais importantes aqueles métodos que estimulam o autoconhecimento e a capacidade de compreender o que é importante para cada um na busca por qualidade de vida.
“O que impacta na nossa felicidade é a forma como enxergamos a vida e nos comportamos em relação às adversidades — conscientes de que há inúmeros fatos e condições que não controlamos. A vida real é bem menos glamorosa que a fantasia, porém, ela pode ser muito mais prazerosa dependendo da nossa atitude”, analisa.
Sobre a relação entre felicidade e produtividade, ela explica que as duas são possíveis de serem alcançadas, e que o equilíbrio entre ambas é estritamente necessário para alcançar o sucesso. Ela ressalta que um ponto a ser destacado é qual a medida de produtividade que se deseja alcançar.
A administradora relata que há tempos a humanidade vive em constante estado de aceleração, e que a medida para o sucesso é apenas o resultado que o profissional traz para o negócio. Porém, ela ressalta que a forma ultracompetitiva como está organizada a sociedade — não só no Brasil, mas em todo o mundo — ignora as diferenças de cada pessoa, nos quesitos velocidades de produção e de pensamento; e que “o ritmo acelerado de quem chega primeiro, vence” não é sustentável.
“Vivemos a era da ansiedade, depressão e síndrome do pânico. Em breve haverá um colapso no sistema de saúde, em que não haverá mais tratamento para os sintomas que possa vislumbrar a estas pessoas uma felicidade eminente (elevada)”, analisa.
Tempo
Para o administrador especializado em Gestão Estratégica de Pessoas e analista comportamental, Rodrigo Fortunato, a felicidade passa por vários aspectos da vida, sobretudo o trabalho. Por isso, a partir do momento em que a ocupação profissional deixa de ser visualizada como castigo, ela passa a fazer parte ou ser integrante da autorrealização, com ligação direta ao conceito de felicidade.
Fortunato revela que para alcançar a autorrealização em ambiente laboral, é preciso entregar bons resultados, ser produtivo e também valorizado como profissional. Ele adiciona, ainda, a boa gestão do tempo para conseguir ser produtivo não apenas no emprego, mas em todos os aspectos da vida.
Perguntado se é possível uma pessoa ter meia dúzia de atividades que exijam dedicação e resultado — e ainda obter êxito e não ficar esgotado—, Fortunato conta como ele próprio faz para gerenciar sua vida. Graduado em duas faculdades, ele tem dois empregos formais, é prestador de serviço de consultoria e ainda arranja tempo para a prática de esportes e para momentos de lazer em família.
“Escuto diariamente perguntas sobre como uma pessoa pode realizar tudo isso. A resposta é ter consciência dos próprios limites e uma boa gestão do tempo, pois, com isso, eu consigo entregar tudo com êxito e produtividade, sem esquecer, é claro, da felicidade”, revela o administrador e professor universitário.
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Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação do CFA
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