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Número de aposentados cresce, e nova fase exige adaptação e criatividade

O que fazer depois da aposentadoria e como será a sua vida quando tal momento ocorrer? Embora as perguntas pareçam uma realidade distante para muitos, ou impensável para a maioria dos que ainda não se depararam com o problema, este é, no entanto, um cenário inevitável para todos.

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 30 milhões de brasileiros têm atualmente 60 anos ou mais. Somado a levantamentos semelhantes de outras nações, a Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que já em 2025 o Brasil assumirá o sexto lugar no ranking mundial de países com maior população na terceira idade.

Em paralelo ao envelhecimento dos brasileiros, o período pandêmico escancarou dois problemas relativos ao tema: 1) mesmo na aposentadoria, a renda não é suficiente para a subsistência e 2) a falta de contribuição previdenciária — quando a pessoa não possui um valor de aposentadoria e é obrigada a trabalhar, fenômeno comum entre os informais. Já para aqueles que hoje podem optar em se aposentar ou continuar trabalhando resta outra questão, o ‘idadismo’.

Para a pós-doutora em administração, Teresinha Covas, o idadismo — preconceito contra idosos — está cada vez mais evidente no atual cenário econômico do país, independente do motivo que levam membros da terceira idade a trabalhar. Preconceito, discriminação e marginalização, segundo ela, têm sido as três vertentes mais discutidas durante a pandemia, junto com o tema envelhecimento.

Segundo Teresinha, empresas e pessoas podem encarar a idade avançada como queda de vigor físico e intelectual em virtude da idade. No entanto, para ela, promover a convivência entre profissionais seniores com jovens profissionais é não apenas estratégico, mas sim crucial para o futuro do mercado de trabalho no Brasil.

“É um grande desperdício para as organizações quando um conhecimento se perde porque alguém se aposenta; a convivência e o ensino entre gerações sanaria esse problema. Além disso, é preciso constatar os benefícios dessa convivência entre gerações e superar a ideia de que os idosos estão tirando vagas de profissionais mais jovens”, diz.

Visão

De acordo com a também administradora Maria Isabel de Carvalho, o aumento da expectativa de vida no mundo gerou uma inversão da pirâmide etária, sobretudo, com a redução da taxa de natalidade. Por isso, são esperadas novas mudanças também na organização da social e no mercado, com a inclusão cada vez maior de profissionais seniores nas empresas.

A professora ressalta, no entanto, a importância de os trabalhadores seniores aumentarem seu networking (rede de contato profissional), troca de experiências e aproveitar o tempo para obter aprendizagem em diferentes temas. Reinventar a maturidade é por ela visto como fundamental para os tempos atuais, em que a expectativa de vida no mundo é maior.

Maria Isabel, que também é professora na Universidade Federal da Bahia (UFBA), conta que para se adaptar aos novos tempos, entrou em projetos de startups para conhecer melhor o mundo disruptivo digital atual, além de conviver e aprender mais com os estudantes nativos digitais. Ela ainda destaca que o principal, quando se fala de envelhecimento, é ter um projeto de vida e sede de conhecimento.

“Nessa fase da vida, dependendo da realidade da pessoa, uma das vantagens é não ter que fazer nada por obrigação. Adquirir conhecimento e mais experiência é importante para dar mais sentido à nossa existência e ajuda a nos sentirmos mais produtivos, assim podemos contribuir também com a evolução da sociedade”, justifica.

Leia o restante dessa matéria na RBA 145.

Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA

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