Em alta no Brasil, o Ikigai conquistou posição de prestígio em rodas de executivos e ambientes empresariais em todo o mundo, mas foi no âmbito pessoal que ele se destacou. Proveniente da ilha de Okinawa (Japão), o termo significa “razão de viver” ou “propósito de vida”.
A popularização do termo, em território nacional, aconteceu por meio dos livros “Ikigai, os cinco passos para encontrar seu propósito de vida e ser mais feliz (Ken Mogi — Ed. Astral Cultural, 2018) e “Ikigai, Os segredos dos japoneses para uma vida longa e feliz”, (Héctor García — Ed. Intrínseca, 2018), ambos best-sellers ainda em 2021.
Além de dar um novo propósito, sobretudo, para a pessoa se levantar todos os dias e agir (viver, trabalhar ou simplesmente ser feliz), ele tem sido utilizado para ensinar uma nova realidade, com base no lado positivo da vida. No Brasil, profissionais das áreas do desenvolvimento humano têm utilizado o Ikigai para instigar novos propósitos e realizações de planos de metas.
“O termo ganhou força, principalmente, pelo desejo crescente das gerações mais jovens de buscar um sentido maior para suas vidas. Outro motivo é o desejo de criar um legado, algo de grande valor para eles e para o mundo”, explica o especialista em desenvolvimento humano, Rafael Freccia.
Mundo Corporativo (Aplicações)
Segundo Freccia, a filosofia japonesa e o contexto empresarial estão conectados, em razão de a população economicamente ativa passar cerca de um terço de sua vida no trabalho, por isso, há necessidade de desenvolver um ambiente organizacional harmônico. A conexão entre Ikigai e o mundo empresarial acontece ao aliar as atividades a um propósito maior, no qual é possível deixar a própria marca, um sinal de contribuição única.
As principais aplicações do Ikigai no universo corporativo englobam o alinhamento de valores e a retenção e motivação de talentos. Um exemplo disso é a aplicação do termo para conhecer e conectar o propósito dos funcionários à missão da empresa.
“As pessoas não são funcionários das empresas, elas estão funcionários, portanto não é algo eterno. Quando entendermos que as empresas não são o objetivo final dos funcionários, mas um canal para que seus funcionários atinjam seus objetivos, conseguiremos motivar e inspirar as pessoas a se tornarem melhores profissionais”, diz Freccia.
O também especialista em Ikigai, Massaru Ogata, diz que a prática é benéfica a líderes e gestores, em geral, pois em vez de focar apenas nos resultados da empresa, a prática japonesa contempla as necessidades e as dificuldades do colaborador. Para o funcionário que está desmotivado, o líder provê o apoio necessário, com motivação e ferramentas para que o colaborador faça aquilo que ele de fato sabe realizar.
“O gestor que pratica o Ikigai se torna cada vez mais eficaz na administração dos recursos humanos, ao evitar a rotatividade e reter talentos; por vezes, únicos ou raros. Além disso, há um desafio ainda maior, pois nada é tão desigual quanto tratar de forma igual pessoas diferentes”, analisa.
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Por Leon Santos
jornalista da RBA