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Sem Logística, E-commerce não funciona

Setor cresce no Brasil e é responsável pelo sucesso de vendas durante isolamento

Estratégica para o desenvolvimento de países e empresas, a logística mostrou a força de seu protagonismo durante a pandemia de Covid-19. O crescimento do e-commerce deixou claro que mesmo com as facilidades de vendas via internet, a trajetória comercial só tem êxito quando o produto chega às mãos do consumidor, e é aí que entra a logística.

De acordo com pesquisa denominada “Perfil do E-Commerce Brasileiro”, realizada pelas empresas Pay Pal Brasil e Big Data Corp, antes da pandemia era esperado crescimento de 15% a 18%, nas vendas on-line. No entanto, com a pandemia, o índice bateu os 40,7% — número que pode ser relacionado, também, ao setor de logística, em virtude da dependência do comércio eletrônico ao transporte das mercadorias.

Classificada como processo administrativo que reúne desde a coleta (de insumos e produtos finais), armazenagem, controle de fluxo, planejamento de rotas e transporte, a logística se moderniza a cada dia e é diferencial competitivo em todo o mundo. Por meio dela, empresas como Amazon e Mercado Livre se tornaram alguns dos principais players durante o isolamento social.

De acordo com o administrador especializado em logística, Manuel Oliveira, o setor engloba o abastecimento e a distribuição de materiais, tanto em regiões urbanas quanto no campo (rural). Ele destaca que ainda que o abastecimento de mercadorias não seja o núcleo estratégico (core business) de uma empresa, fazer o produto chegar de forma íntegra (sem danos), e no tempo estipulado, se torna fator-chave e diferencial para a imagem e reputação da empresa.

Para Oliveira, o e-commerce não apenas foi potencializado pela pandemia, como veio para ficar. O setor depende, no entanto, do desenvolvimento da logística, que por sua vez passa pelo melhoramento das redes de transportes presentes no Brasil — assunto que envolve o poder público.

Arraigado, sobretudo, no modal rodoviário, a falta de diversidade de transporte encarece o preço final dos produtos e tira a competitividade das empresas brasileiras, em âmbito nacional e internacional. Ao apresentar dados da organização Ilos (de logística), ele ressalta que além de o Brasil ter dimensões continentais, também apresenta tipos de vias completamente diferentes entre si: algumas com potencial natural que tornariam mais barato o escoamento das mercadorias.

“O Brasil movimentou 61% de suas cargas pelas rodovias — considerando os TKUs movimentados (tonelada-quilômetro útil) —, sendo que no mesmo período 21% das cargas seguiram pelo modal ferroviário, 12% por cabotagem (transporte marítimo costeiro), 4% por dutos (utilizado para substâncias líquidas e gases), 2% por hidrovias e menos de 1% pelo modal aéreo. Existe aí um desperdício de oportunidade, pois deveríamos diminuir a dependência de apenas um modal, e utilizar outros que são muito mais baratos”, analisa.

Leia o restante desta matéria, na revista RBA (ed. 138).

Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação CFA.

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