Sucesso entre o público brasileiro, de diferentes faixas etárias, o mercado de streaming cresceu de forma vertiginosa e já ameaça a destronar, de vez, os meios de comunicação tradicionais, como rádio e TV. Acelerado pelo período de isolamento social, o fenômeno foi impulsionado, sobretudo, pelo home office e as paralisações escolares ocorridas em razão da pandemia.
Segundo pesquisa realizada pelo instituto Nielsen Brasil, em parceria com a consultoria Toluna, 42,9% dos brasileiros disseram consumir todos os dias programações oferecidas em plataformas como Netflix, Amazon e GloboPlay. Outros 43,9% disseram consumir a programação via internet pelo menos uma vez por semana.
Somados, o público do streaming (diário e semanal) totaliza 86,7%. Na outra ponta, 61,5% dos consultados disseram assistir também as programações de TV aberta (61,5%) e a TV a cabo (54,9%).
O público entre 24 e 35 anos é o que mais utiliza o serviço, sendo preferido por 77,2% dos entrevistados. Para a população com mais de 56 anos, a TV a cabo foi a escolha favorita (65,7%), e a TV aberta aparece como escolha do público entre 46 e 55 anos (62,9%).
Para o administrador e pesquisador Sidnei Castilhos, os números refletem a mudança proporcionada pela maior oferta de internet e o elevado valor das mensalidades de TV por assinatura. Outro elemento apontado por ele, como determinante na mudança de hábito é a possibilidade de assistir a programação quando e onde estiver.
“Temos, ainda, outros fatores que ilustram esses números que são: a possibilidade de o consumidor escolher sua programação e o baixo custo das assinaturas dos serviços de streaming, em comparação às TVs a cabo. A variedade de títulos, entre filmes, séries e shows, também é muito superior aos modelos tradicionais de oferta”, diz.
Tendência
De acordo com Marcelo Spinassé, CEO da Encripta — desenvolvedora de plataformas de vídeo para empresas —, o consumo de TV aberta tem caído de forma acentuada no exterior e, por outro lado, há o crescimento expressivo de atrações transmitidas pela internet. Ele conta que nos EUA o número de usuários que possui o serviço de streaming já ultrapassa 80% da população americana.
No Brasil, Marcelo diz que o mercado continua em expansão e revela que sua empresa teve crescimento de 500% nos primeiros 45 dias da pandemia. Após o pico, mesmo com o decréscimo em razão da reabertura do comércio, a Encripta ficou com demanda superior a 25%, em relação a antes da pandemia.
“Além do fato de as pessoas estarem casa, em virtude do isolamento, as plataformas de streaming fizeram promoções e atraíram mais clientes. Isso gerou um aumento mais significativo que no período antes da pandemia. Porém, o mercado já vinha dando sinais da mudança de hábito, com forte influência da tecnologia”, relata.
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Por Leon Santos – Assessoria de Comunicação do CFA
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